MIÚDOS E HOMENS DE LORIGA
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A fundura dos poços de Loriga Mede-se pelos homens que
encobrem Enquanto os miúdos, "dinqueiros" Secam estirados ao sol Sobre
as fragas de granito polido
As ribeiras não têm segredos! Eles
conhecem-na como ninguém E são muitos os heróis Que tocaram o fundo do
"caldeirão" e do "inferno".
A fundura dos poços de Loriga Mede-se com
homens de coragem Homens que a seu tempo Desafiaram a rudeza da serra E
foram pastores, mineiros Agricultores, operários Homens de saber Ou
gente apenas.
Em Loriga os homens nascem marinheiros E navegam bem
cedo os barcos de "carcódoa" Ladeando-os rego abaixo Em incessantes
correrias Por ruas e quelhas Horas a fio Contrariando o
cansaço.
A grandeza dos que partiram Mede-se na saudade E no
irresistível desejo de voltar a mirá-la lá do alto Olhos desmesuradamente
espantados Como se fosse a primeira vez E senti-la incrivelmente
bela Serenamente ajoelhada na ribeira Enquanto os miúdos
dinqueiros Secam estirados ao sol Sobre as fragas roliças De granito
polido. |
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